Com prefácio de Gonçalo M. Tavares e sob o aplauso unânime da imprensa, Gisela João lança hoje "AuRora", o álbum em que se estreia como letrista, compositora e produtora.
"Gisela João coloca na tristeza uma pressão que vem do tom com que recebe cada letra.
O fado aqui acelera, ganha velocidade como se a tristeza tivesse pressa.
Não é um sítio para ficar - a tristeza é, umas vezes, o corredor de uma casa por onde se passa rapidamente para outro lado; não é para sentar, mas para circular. Um ponto de passagem.
Outras vezes não. Em certas músicas, é mesmo para escavar esse instável sítio até ao fundo.
Há abandono, melancolia e perda amorosa, desistências e mudanças decisivas:
"Já não choro por ti/já não vou de rua em rua/ no encalço de quem/ saiba dar notícia tua"
mas também a vibração feminina que dá uma resistência diferente às letras do fado.
As “tábuas do palco”, de Gisela João – tema que percorre todo o disco - por vezes salvam um corpo inteiro, outras vezes sacrificam-no: "arranho o joelho e sangro", "eu calço o soalho e canto".
Mas as tábuas do palco são sempre essenciais. Do chão, quem canta espera sempre muito – espera tudo ou quase tudo." (Gonçalo M. Tavares)
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