19/06/2021

OLD JERUSALEM | Discurso Direto


Este ano contam-se vinte anos que Francisco Silva deu vida a Old Jerusalem, o moniker que escolheu para assinar e interpretar canções que dão à menor das coisas uma grandeza singular. No início do século as canções eram povoadas pela inspiração de Will Oldham – foi buscar Old Jerusalem a uma canção dos Palace Music – e Smog / Bill Callahan. A influência norte-americana ficou, pela coragem de assumir as roupas de um cantautor que se faz ouvir sobretudo pela sua voz e guitarra. “Certain Rivers” é um regresso à inocência das primeiras viagens, com a experiência do passado bem presente. São duas décadas. Duas décadas bem preenchidas. “Certain Rivers" é o novo álbum de originais, onde o músico nos volta a guiar pela singularidade das pequenas coisas. Old Jerusalem é hoje meu convidado em "Discurso Direto".
 
Portugal Rebelde - "Certain Rivers” é um regresso à inocência das primeiras viagens, com a experiência do passado? 

Old Jerusalem - Não se trata deliberadamente de um regresso ao passado, ainda que se trate efetivamente de um disco simples na produção e nos arranjos. 

PR - Que viagem é esta que nos propões neste disco? 

Old Jerusalem - Creio que as canções do disco pretendem evocar momentos ou “mini narrativas” que se tornam por algum motivo “âncoras” de uma história maior – alguns momentos de transição, outros de continuidade, mas todos de alguma maneira “chave” para fases seguintes. 

PR - A calma, autocontrole e paciência de Old Jerusalem são um antídoto involuntário para o hoje e amanhã imediato? 

Old Jerusalem - Não sei dizer, cada ouvinte é que o poderá julgar. Não me desagrada a ideia, mas não sei sequer se Old Jerusalem é efetivamente calmo e paciente…  

PR - Qual é o tema que melhor caracteriza o “espirito” deste “Certain Rivers”? 

Old Jerusalem - O que usamos como primeiro tema de apresentação do disco: “High high up that hill”. 

PR - Para terminar, que memórias guardas de 20 anos de canções? 

Old Jerusalem - Demasiadas para ser possível descrevê-las sinteticamente – e a maioria delas nem faria sentido partilhar porque são coisas pequenas que têm importância apenas para mim. Mas não parecem ter passado 20 anos, esse é que é o facto alarmante!

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