24/08/2021

FILIPE TAVARES | Discurso Direto


O Eco Festival Azores Burning Summer acontece no Porto Formoso desde 2015. Não é um festival para massas, mas sim, um evento de acesso equilibrado, seguro e confortável, que promove uma programação musical de qualidade e integrada no contexto natural da Praia dos Moinhos, a par de uma forte sensibilização ambiental. O evento caracteriza-se como um laboratório sócio-ambiental, onde o público tem acesso a um conjunto de práticas que visam o desenvolvimento de uma consciência ecológica colectiva com vista à mudança de comportamentos para um modo de vida mais sustentável. A 6ª edição do Eco Festival Azores Burning Summer acontece nos dias 25, 26, 27 e 28 de Agosto, na Praia de Moinhos, Porto Formoso em S. Miguel. Filipe Tavares, diretor artístico do Azores Burning Summer é hoje meu convidado em "Discurso Direto".
 
Portugal Rebelde - Posicionar o Porto Formoso na rota dos festivais ecológicos nacionais e internacionais é uma das grandes apostas do Azores Burning Summer? 

Filipe Tavares - Pensar globalmente e agir localmente é um conceito que a ARTAC, entidade que organiza o Eco Festival Azores Burning Summer, implementa nos seus projetos. Não pretendemos apenas realizar um festival musical, mas sim criar um momento de reflexão, de tomada de consciência sobre o impacto que as nossas ações individuais e colectivas têm no meio ambiente. Celebrar o Porto Formoso e a praia dos Moinhos sob a forma de festival só faria sentido se protegêssemos este património natural encantador, tal como, aproveitar a mobilização de pessoas que o festival proporciona para transmitir uma mensagem de sensibilização ambiental. Queremos que este projeto seja uma referência não só pelas medidas ecológicas que implementa mas também pela mensagem de sensibilização que transmite. 

PR - O que é que o público pode descobrir nos dias 25, 26, 27 e 28 de Agosto, na Praia dos Moinhos em Porto Formoso (São Miguel)? 

Filipe Tavares - Por vários motivos não foi possível realizar o evento nos dois recintos, praia e parque dos Moinhos, tal como fizemos até 2019. Assim, decidimos promover uma programação mais alargada e de acesso gratuito apenas na praia, com a vantagem da mesma ser acessível aos banhistas. Haverá um conjunto de DJ sets com a participação de DJ 's locais, convidados e os nossos anfitriões, os DJ' s residentes do festival: Adrian Sherwood, Isilda Sanches, Pedro Tenreiro e Mesquita. Haverá também a participação de duas bandas nacionais, Eu.Clides e White Haus e outras duas regionais, We Sea e Aspegiic, esta última contar com a participação de diversos músicos locais no projeto novidade deste ano, “Moinhos Revival”, que pretende celebrar e eternizar os bons momentos partilhados pelas várias gerações que se cruzaram e conviveram na Praia dos Moinhos a partir do final da década de 70. Queremos resgatar o espírito de uma época onde a liberdade, a amizade e o culto pela boa música viveram lado a lado. Queremos aproximar o público da essência do festival. 

PR - Para além da música, o que é que o Azores Burning Summer nos tem para oferecer nesta edição?

Filipe Tavares - Este ano, devido à pandemia tivemos de reduzir consideravelmente a nossa programação ecológica que previa um conjunto de actividades como os Eco Talks, Expo de Veículos Elétricos e a feira “Burning Market” dedicada ao ecodesign. Mantivemos apenas o ciclo de cinema na praia que iniciamos no ano passado e que este ano resulta da parceria que estabelecemos com o Festival Internacional de Cinema dos Direitos Humanos - NOMA. Iremos exibir dois dos filmes premiados: “Ophir” e “Otra Condena”.

PR - O evento caracteriza-se como um laboratório sócio-ambiental, onde o público tem acesso a um conjunto de práticas que visam o desenvolvimento de uma consciência ecológica colectiva com vista à mudança de comportamentos para um modo de vida mais sustentável. Quer falar-nos um pouco mais desta vertente do Festival? 

Filipe Tavares - É comum as pessoas oferecerem alguma resistência à mudança. Nas questões ambientais sentimos que há muita confusão e descrença generalizada face à adoção de novos comportamentos e/ou a determinadas inovações. De uma forma muito simples, a nossa estratégia passa por submeter as pessoas que participam no evento a uma série de medidas ecológicas, de modo a que sejam elas próprias a constatar que as tais “inovações” resultam e que o conjunto das participações individuais possibilita o sucesso colectivo. Todo o trabalho que desenvolvemos é monitorizado e aperfeiçoado para que o impacto seja sempre menor e para que a sensibilização ambiental tenha maior êxito. PR - 

Para terminar, indique 3 boas razões para que ninguém deixe de marcar presença nesta edição do Azores Burning Summer.

Filipe Tavares - 1- Praia dos Moinhos; 2- boa música; 3- recuperar a emoção e a alegria que nos proporcionam os bons espetáculos.

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