Poderia dizer-se que Mísia tem uma das mais bonitas carreiras que o fado já gerou entre nós, porque é feita de genuína entrega e de honesta reverência por um passado que estudou, mas que nunca permitiu que a prendesse, dando ao longo dos anos voz a novos poetas, experimentando novas sonoridades. O mundo soube aplaudi-la. Mas não só. José Saramago, Prémio Nobel da Literatura, escreveu para a sua voz. O realizador francês Patrice Leconte rodou um dos seus videoclips (Duas Luas, 2001), John Turturro escolheu-a para o seu filme “Passione” (2010) e William Christie programou-a para la Cité de la Musique em Paris (2004).
Durante anos, Mísia consolidou uma carreira internacional, cantando nos palcos de maior prestígio como a Filarmonia de Berlim, Festival d’ Avignon, Teatro Nacional de São Carlos (Lisboa), Teatro Chatelet (Paris), Town Hall (New York), Le Carré Amsterdam, Cocoon Theater (Tóquio), etc. E por isso mesmo, o seu trabalho mereceu a melhor atenção da imprensa mundial – Billboard, New York Times, Libération, Die Zeigt, entre outros. Mísia é a cantora portuguesa actual que desperta maior culto internacional na celebração dos sentimentos intemporais não só em português, mas igualmente em vários outros idiomas.
Porque é, de facto, uma artista do mundo.
Agora, Mísia propõe-se, uma vez mais, a ser veículo dessa arte globalmente reconhecida e escolhe As Mais Bonitas - canções, certamente, feitas de melodias e palavras, mas também de amizades, paixões... - para um concerto especial integrado no ciclo Há Fado No Cais que resulta de uma co-produção entre o Centro Cultural de Belém e o Museu do Fado/EGEAC, dois pilares da cultura desta cidade que Mísia conhece muito bem. A imagem que apresenta esta íntima viagem musical e poética é, ela própria, muito bonita: um quadro com assinatura de Anne-Sophie Tschiegg.
14 de Novembro | CCB, Lisboa (19.00h)
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