16/11/2021

TIO REX | Discurso Direto


Depois de “5 Monstros” EP (2014), “Ensaio Sobre a Harmonia” (2015) e “5 Tragedies” EP (2018), Tio Rex regressa aos discos com “Life, Love, Loss & Death”, editado com o selo da Cidade Fantasma e produzido por Sérgio Mendes (a garota não, Um Corpo Estranho) e pelo próprio cantautor. Propondo que os nossos ciclos de vida devam ser partilhados, Tio Rex convida diretamente o ouvinte a testemunhar e a envolver-se numa viagem na qual o mesmo se debruça sobre diferentes aspetos e nuances da vida, do amor, da perda e da morte. Miguel Reis aka Tio Rex, é hoje o meu convidado em "Discurso Direto".

Portugal Rebelde - Vida, amor, perda e morte, são as palavras-chave que definem o rumo para a viagem ao longo deste disco? 

Tio Rex - Sim e, a meu ver, para a viagem que é a vida/experiência humana no geral. O conceito do disco surgiu da ideia de universalidade intrínseca ao ciclo de vida que todos partilhamos enquanto seres humanos, independentemente de nacionalidade, classe social, crenças, ideologias, etc… As canções foram desenhadas com base nesses 4 temas para acompanhar e revelar a cronologia desse ciclo. 

PR - “Life, Love, Loss & Death” conta com a a participação de mais 12 músicos e uma produção ao longo de quase dois anos. Este é o disco mais ambicioso até à data? 

Tio Rex - Na verdade, as primeiras canções para o disco foram escritas ainda em 2016 e as restantes ao longo de três anos até iniciarmos a produção em finais de 2019. Foi desde o princípio projetado para ser um disco com banda e arranjos de cordas e sopros. À medida que fui gravando as primeiras faixas de guitarra e voz com o Sérgio Mendes (produtor) fui sentindo as necessidades de cada canção e, de facto, acabei com um disco em que tocam 13 músicos! Foi um desafio coordenar toda a gente, ainda para mais com uma pandemia pelo meio, mas o resultado final - fruto da entrega e talento de todos eles - faz o processo de cinco anos, desde as primeiras linhas no papel à edição, valerem todo o tempo e trabalho investido. 

PR - A arte visual do disco ficou a cargo do artista plástico Ricardo Guerreiro Campos e o design da edição física é assinado por Ana Polido. Há sempre um cuidado muito especial nesta matéria. Continuas a ver um disco como um todo, muito para além da música que está no seu interior? 

Tio Rex - Como diz o povo “em equipa que ganha não se mexe”! É desde 2013 que o design de todas as edições físicas dos meus discos é feito pela Ana; temos sempre tentado que cada objeto seja não só uma cápsula para a música, mas também um artefacto que expanda o conceito do próprio disco. Sempre fui “um gajo de discos” mais do que de singles, mixtapes ou playlists. Gosto de ter o objeto físico na mão e ler as letras enquanto ouço. Ter o privilégio de ver a delicada arte do Ricardo pela primeira vez num destes objetos é ouro sobre azul. Acredito que este cuidado com a parte visual só acrescenta valor a quem se cruze com o disco. 

PR - “The DecaDance" foi o single de apresentação deste novo disco. Há alguma razão “especial” para esta escolha? 

Tio Rex - Apesar deste não ser um “disco de pandemia”, senti que a The DecaDance seria a canção que melhor se enquadrava no contexto em que nos encontramos. Ainda que meio sarcástica, não deixa de ser uma reflexão sobre as desigualdades que continuam a separar o mundo desenvolvido do subdesenvolvido. Ainda para mais tendo a pandemia voltado a expor essas mesmas desigualdades. Mas tal como são precisos todos para dançar a DecaDança, ela também só pára se pararmos todos de dançar. 

PR - Este disco teve uma edição física de 250 exemplares. Como é que os “colecionadores” podem (e devem, acrescento eu) adquirir um exemplar deste “Life, Love, Loss & Death”? 

Tio Rex - Através do e-mail da minha editora Cidade Fantasma (cidadefantasmadiscos@gmail.com) ou do bandcamp de Tio Rex (https://tiorex.bandcamp.com/merch). 

PR - A apresentação oficial deste “Life, Love, Loss & Death" está marcada para o próximo dia 20 de Novembro no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal. O que é que o público pode esperar deste concerto? 

Tio Rex - Muita gente em palco! Num cenário bonito, também desenhado pelo Ricardo Campos. Vai ser uma data especial. É o álbum novo, são 9 anos de projeto, foram dois fechado em casa sem concertos… É o regresso que se impõe! Vamos tocar o disco na íntegra e revisitar alguns temas de discos anteriores.

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