09/01/2022

LOBO MAU | Discurso Direto


Após o lançamento do seu primeiro álbum, "Na Casa Dele", em Abril de 2020, o Lobo Mau apresenta agora o EP "Vinha a Cantar", com o Apoio da Fundação GDA. Um conjunto de canções que nasceram do processo criativo inspirado na comunhão das pessoas com a sua história, as suas raízes, as suas contemplações e os seus jeitos de viver e sentir. Com a sonoridade própria do Lobo Mau, Vinha a Cantar é um passo em frente na experimentação sonora do repertório original e desinibido da banda. O Lobo Mau (
David Jacinto, Gonçalo Ferreira e Lília Esteves) é hoje a banda convidada em "Discurso Direto".

Portugal Rebelde - “Vinha a Cantar” é uma reflexão sobre a identidade comum entre a ruralidade de uma aldeia portuguesa e a realidade urbana da atualidade? 

Lobo Mau - Sim. A realidade rural da aldeia de S. Gregório e as estórias das pessoas que lá vivem foram a inspiração para as reflexões do lobo, que viriam, depois, a ganhar forma nas canções do "Vinha a Cantar". A convite da Osso – associação cultural, fizemos uma residência artística na aldeia portuguesa onde ouvimos, observamos e refletimos sobre a necessidade do sentido de pertença a algo que nos é comum a todos, independentemente da nossa realidade, rural ou urbana, e que contempla a diversidade dos jeitos de sentir num mesmo cenário, o da natureza humana. O resultado são estas 4 canções que nasceram da nossa interpretação artística da relação das pessoas com a sua história, as suas raízes, as suas contemplações e a sua realidade. 

PR - Qual é a sonoridade que percorre as canções deste EP? 

Lobo Mau - A sonoridade deste EP é a continuidade da sonoridade folk/rock/alternativa e desinibida do primeiro álbum, "Na Casa Dele", e conjuga elementos da música de raiz portuguesa com sons contemporâneos, e com a nossa constante procura e experimentação de texturas que enriqueçam o ambiente sonoro do lobo e complementem a sua expressão poética. A guitarra e as duas vozes continuam a ser a base das nossas composições e a sonoridade final ganha corpo com instrumentos como a guitarra elétrica, o cavaquinho, as percussões, a harmónica, o acordeão, as teclas e as várias texturas sonoras que o compõem e que são tão diversas como o roçar de uma baqueta na proteção metálica de um eletrodoméstico ou o som do plástico. Neste álbum contamos também com o João Pinheiro na bateria do "Estendais". 

PR - “Aos Olhos da Aldeia” foi o single de apresentação do EP “Vinha a Cantar”. De que é que nos fala este tema? 

Lobo Mau - Este tema narra a estória de duas pessoas que se cruzam e se seduzem numa realidade rural que nos parece transportada do passado mas que faz eco nas nossas próprias estórias e é, por isso, intemporal. É como o retrato de um baile ao relento, pela noite dentro, levados pelo vento, pela música e pelas pedras que testemunham as relações humanas ao longo dos tempos. Fala-nos do momento aguardado, de amor, do que foi e do que ainda é. 

PR - Para terminar, há intenções de mostrar ao vivo as canções deste disco? 

Lobo Mau - Sim. Um dos pontos altos de criarmos música juntos é, para nós, poder partilhá-la e uivá-la, olhos nos olhos, com as pessoas. Nos tempos que correm, a pandemia e as restrições impostas ao sector da Cultura condicionam um regresso aos palcos com a frequência que gostaríamos mas esperamos ter, muito em breve, novas datas para anunciar. A cultura é segura e é fundamental.

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