29/12/2017

JP CAVADAS | Discurso Direto


Hoje em "Discurso Direto" é meu convidado João Paulo Cavadas. O motivo para a nossa conversa é o seu primeiro registo a solo, "Relaxe", um disco composto por 14 canções intimistas.

Portugal rebelde - “Relaxe” é um disco que valoriza a música, o poema e a pintura?

JP Cavadas - As canções resultaram das experiências partilhadas que fui tendo com os amigos poetas, das tertúlias, lançamento dos seus livros aos quais fui sendo convidado como músico. A partir daí fui escolhendo as poesias que, para mim, tinham mais significado e coleccionei-as ao longo dos tempos. As canções do “Relaxe” foram fermentadas em ambiente poético e daí o embalo para que nascessem quase espontaneamente. A pintura integral destacada no livro que acompanha o CD é uma obra em aguarelas da autoria de Inês Cavadas e que serviu de capa do álbum. O nylon das cordas da guitarra oferece mais cou ou calor procurando ir ao encontro do ambiente calmo que a poesia transmite. Daí que faz todo o sentido valorizar as três áreas artísticas num só objecto para os momentos de afeto onde se possa ouvir, ler, ver e apreciá-lo como um todo.

PR - Como foi o processo de composição deste disco?

JP Cavadas - Simplicidade, espontaneidade. A procura do simples num formato acústico, uma voz e uma guitarra. Desta forma os silêncios tornam-se audíveis pois eles fazem parte da expressão da própria música. A noite propiciou a criação, ela foi mágica pois as melodias surgiram espontaneamente de uma forma muito intuitiva. A poesia é a energia que faz movimentar os dedos sobre as cordas, criando-se espaços imaginários à criação. Toda a melodia, harmonia e estrutura estava dominada e foi possível, com pouca dificuldade, gravar em estúdio quase ao primeiro take as catorze canções do álbum em duas horas. Quero aproveitar e agradecer o trabalho de estúdio do Pedro Janela .

PR - Qual é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste álbum?

JP Cavadas - “Relaxe” engloba a participação escrita de António Canteiro, Angela Gentil, Renato Cavadas, Ades Nascimento (amigo de Curitiba), Fátima Negrão, Duarte Henriques, Rosa Ribeiro e eu próprio. Cada autor tem uma forma própria de se exprimir. E porque, como referi, este trabalho interliga as três Artes, jogo com os sons, as cores e as palavras. E respondendo à pergunta, sinto que escolhi a primeira canção “Solar” por algum motivo intuitivo, ou porque representa essa simplicidade que procurei ou porque o poema do António Canteiro retrata um ambiente natural cheio de luz e cor e de sensações - « Não sei se pinto o mar a óleo, a guache, a pastel/ Sei apenas que pinto a azul o agitar das ondas, a branco as bolas de espuma … “

PR - Numa frase como caracterizaria este “ Relaxe”?

JP Cavadas - “Relaxe” é um álbum que tem de ser apreciado como um todo, é o despertar dos teus sentidos, é uma partilha de momentos com alguém especial.

PR - Sendo este disco uma edição de autor, de que forma as pessoas poderão adquirir este trabalho?

JP Cavadas - Uma edição de autor é por si só sinónimo de percorrer um caminho sinuoso e difícil. No entanto, não é uma impossibilidade. Geralmente as edições de autor são genuínas no seu conteúdo que deveriam ser valorizadas. Hoje em dia há formas de nos fazermos ouvir e o autor conta com a ajuda do ouvinte, do amigo, de alguém que vê para além da normalidade. Eu conto com a ajuda de quem poderá gostar da minha música e que a possa divulgar como Portugal Rebelde faz neste momento. Poderão contactar-me acedendo ao site www.jpcavadas.com que faço chegar o CD à vossa casa. Em qualquer espectáculo que surgir os CD(s) poderão ser adquiridos.


2 comentários:

Fátima Negrão disse...

Parabéns, mais uma vez,pelo teu trabalho. É um prazer ouvir estes poemas musicados e cantados,aos serões. Fico à espera do próximo.Desejo o maior sucesso em 2018.

JPCAVADAS disse...

Muito obrigado, amiga Fátima.
Mas primeiro irá correr, depois veremos :)
Uma boa divulgação por aqui é importante para que "Lágrimas" sejam sinónimo de sorrisos :)
Um excelente 2018 para ti.

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