Frederico BC apresenta-se ao público, no próximo dia 10 de Novembro no Cineteatro Capitólio, em Lisboa, com o seu novo álbum intitulado "Do Outro Lado da Rua". Um disco com 12 canções originais totalmente em português e que aposta numa produção forte realizada entre Portugal e os Estados Unidos com quase meia centena de pessoas envolvidas. Hoje em "Discurso Direto" é meu convidado Frederico BC.
Portugal Rebelde - O objetivo deste disco é pôr miúdos de 8 anos a gostar de swing e o de 88 a gostar de Pop?
Frederico BC Sim, quando construí este disco, pensei em toda a minha carreira até aqui e em tudo o que ia observando enquanto estava em cima do palco. Sou naturalmente influenciado pelo fantástico Swing do Frank Sinatra, mas também fui e sou muito influenciado por aquilo que oiço, ou seja, durante a minha adolescência também fui crescendo a ouvir Britney Spears ou os Bon Jovi e isso, naturalmente, também me influenciou. Dessa forma, notei que havia uma dicotomia no meu som e talvez fosse isso que atraía uma enorme diversidade de idades no público dos meus concertos. Ou seja, se por um lado apresentava o Swing aos mais novos, por outro lado, dava a conhecer ou relembrava o Pop aos menos novos. Este disco, não é um disco de Swing assumido, nem é um disco de Pop destemido. É sim, um disco que pretende unir gerações, agregar famílias e apaixonados em torno do amor e da música.
PR - Para a gravação deste disco convidou uma orquestra de cordas e sopros, assim como alguns nomes notáveis da música nacional. Está contente com o resultado final deste álbum?
Frederico BC - Estou muito contente! Ter uma orquestra como a que tive na gravação deste disco é um privilégio e uma distinção. O Lino Guerreiro e o Valter Rolo, produtores deste disco, fizeram um óptimo trabalho. Escreveram tudo para que a orquestra tocasse e em poucos takes tivemos o resultado que podem ouvir. Quando se trabalha com uma orquestra, não há outra forma de fazer as coisas. É preciso ter tudo muito bem escrito, pois uma harmonia ou uma nota mal escrita é logo, sonoramente, multiplicada por não sei quantas pessoas. O ambiente provocado por uma orquestra não se compara a nenhum outro, é arrepiante. Tive também a oportunidade de trabalhar com músicos de topo. Destaco: Ricardo Toscano, Mário Delgado e Vicky Marques, cantores incríveis como o Tó Cruz, Orlanda Guillande, Paulo Ramos e o prazer de ter músicas de grandes compositores como o João Sanguinheira, Rui Rocha, Miguel Rebelo que tem êxitos como o “Quase Perfeito” dos Donna Maria, Diogo Brito e Faro que, ainda agora fez o single dos Black Mamba e o fantástico João Só que, para mim, é o melhor contador de histórias da minha geração em Portugal.
PR - A produção deste trabalho esteve entregue a Lino Guerreiro e Valter Rolo. A “história” que quis contar neste disco foi inteiramente captada por estes produtores?
Sem dúvida! O Lino Guerreiro e o Valter Rolo perceberam muito bem a “história“ que eu queria contar. Quando os convidei para fazer este trabalho, já tinhas as melodias e as letras em minha posse. Precisava de alguém que as tornasse mais interessantes, musicalmente falando. Precisava de ambientes e precisava, acima de tudo, de alguém que compreendesse a linguagem que eu queria transmitir. Neste processo todo, houve também outra pessoa muito importante que, não só me ajudou a contar melhor esta “história”, como também criou alguns ambientes vocais - Paulo Ramos, o responsável pelos arranjos vocais deste álbum. Não podia ter tido melhores produtores para este disco!
PR - Em “Canção do Oriente” presta um tributo a Carlos Tê. Este é para si um nome incontornável na música portuguesa?
Frederico BC - O Carlos Tê é o maior! E eu acho que isso já nem é uma uma opinião, é um facto consumado. O espólio artístico do Carlos Tê é tão vasto e rico que não considero que lhe tenha feito um tributo, isso seria não só presunçoso, como principalmente redutor. O que eu fiz foi uma brincadeira em estilo de aplauso com as músicas que fui ouvindo da dupla Carlos Tê e Rui Veloso. A obra desta dupla é tão grande que a brincadeira que fiz, não tinha fim, passei dias e dias a ouvir e a encaixar palavras e frases, foi muito divertido. Infelizmente, tive de cortar imensos jogos de palavras que tinha feito e deixar de fora algumas frases do (já) cancioneiro português e parar por ali, pois a indústria “obriga-nos” a não passarmos muito dos 4 minutos por música. Fazer a letra da “Canção do Oriente” foi um desafio e ao mesmo tempo um privilégio. É um privilégio porque tive a oportunidade de crescer a ouvir aquelas frases e melodias. Hoje em dia, os mais novos, não têm tanta sorte.
PR - As canções deste “Do outro lado da rua” serão apresentadas no dia 10 de Novembro no renovado cineteatro Capitólio, em Lisboa. O que é que o público pode esperar deste concerto?
Frederico BC - O público pode esperar mais do que um simples concerto. No dia 10 de Novembro vamos prolongar a sala de estar de todos os curiosos para o Cineteatro Capitólio e nela vamos pôr um palco repleto de músicos. Serão 11 músicos no total! E, talvez mais uns quantos, com uma surpresa que ando a arquitectar…Posso garantir que depois de Sábado, dia 10 de Novembro, 400 pessoas (a lotação da sala) estarão muito mais bem dispostas, com uma visão da vida muito mais leve. Vou tentar oferecer às pessoas um espectáculo, parecido com aqueles que vejo dos meus ídolos fazerem, ou seja, não vou olhar a meios para fazer feliz todos aqueles que pagaram bilhete. E prometo que ninguém irá sair daquela sala da mesma forma que entrou. A culpa não vai ser do Gin mas vai estar “Do Outro Lado da Rua”.
PR - Para terminar, numa frase como caracterizaria este disco?
Frederico BC - Não consigo caracterizar numa frase o que demorou 3 anos a montar. Embora possa dizer que, “Do Outro Lado da Rua” está alguém que o quer fazer feliz.
Sem comentários:
Enviar um comentário