09/06/2020

FRANCISCO MOREIRA | Discurso Direto


“Todos Os Fados São Meus” é o álbum de afirmação definitiva de Francisco Moreira no Fado. Com uma discografia que começou na infância e passou pela adolescência, é com este novo disco que o fadista demonstra que o Fado é o caminho que quer e vai seguir ao longo da sua carreira. Francisco Moreira é hoje meu convidado em "Discurso Direto".

PR - Todos os Fados são meus” é mais uma etapa de um caminho que pretende seguir e agarrar?

Francisco Moreira - Sim, sem dúvida. Este disco é o culminar de 10 anos a cantar e consitui uma das etapas mais importantes deste caminho. Se este caminho é para seguir nunca saberei, mas aquilo que tenho a certeza é que me orgulho muito deste disco e de todo o processo que o envolveu.

PR - Neste disco oferece-nos Fado Tradicional com poemas antigos, como canções fadistas intemporais. Tudo isto aconteceu de uma forma natural?

Francisco Moreira - O processo de escolha dos fados que cantamos é sempre muito natural, porque o contacto com o fado é sempre algo natural. Ouvimos outros cantar algo ao vivo, ouvimos algum disco, algo na rádio, e acabamos por gostar desse tema ou esse tema faz-nos lembrar de um outro. E é de aí que surge esse processo de escolha. E os temas que incluem este disco não são nada mais do que coisas que eu aprendi a gostar e que acabei por querer gravar.

PR - Neste trabalho apresenta-se também como letrista. Quer falar-nos um pouco dessa experiência?

Francisco Moreira - Desde muito cedo na minha vida que gosto de passar as minhas emoções para o papel. Talvez por falta de coragem, nos 3 discos anteriores nunca gravei algo que escrevi, mas desta vez, talvez por já ser mais velho e já ter mais auto-confiança, decidi gravar o “Num Só Verso”, e estou seguro de que daqui para a frente mais temas meus irão aparecer em próximos discos.

PR - Há algum fado deste disco que o “toque” em particular?

Francisco Moreira - Todos os fados me tocam de alguma forma especial mas aquele que eu penso que tem uma mensagem mais forte é o “As Andorinhas”. Fala da forma como muitas vezes nos inibimos de nos adaptarmos a uma nova realidade, criando falsas ilusões de conforto, acabando por cair em desilusões.

PR - O álbum “Todos os Fados São Meus”, marca definitivamente a sua afirmação enquanto fadista?

Francisco Moreira - Eu penso que o processo de afirmação não é algo concreto e é algo que vai acontecendo ao longo dos anos. Custa-me um pouco a acreditar que um álbum marque a afirmação absoluta de algum artista. O que eu espero com este álbum é que a mensagem dele seja transmitida e que a minha identidade no fado fique bem definida para toda a gente que o for ouvir!


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