09/06/2020

L-BLUES | Discurso Direto


Os L-Blues têm a sua origem na criação, pelo músico Bruno Lopes, do projeto "Guitarras  de Manhente: Escola de Rock". Tendo sido criada a escola com o objetivo de ensinar música a jovens e adultos de classes sociais com carências financeiras. O folk, country, Blues e rock caminham lado a lado na ideologia desta banda. O seu nome faz uma homenagem à mitologia do pacto com o diabo de Robert Johnson e da encruzilhada (crossroads) dos Blues. O “L” no nome da banda deve se pronunciar “Hell”! A banda acaba de lançar "Luz", o seu 3º disco. Hoje em "Discurso Direto" são meus convidados os L-Blues.

Portugal Rebelde - “Esperança”, é a palavra de ordem que norteia as canções deste novo disco?

L-Blues - Sim. Tivemos a decisão consciente de ao escrever as letras, ou seja a poesia, para este disco de ter esse sentimento presente! Apesar da fatalidade do conteúdo lírico da letra teria de haver sempre uma saída, uma esperança. uma luz ao fundo do túnel.

PR - - Blues, Rock e folk continua a ser a “matriz” musical da banda?

L-Blues - Sim é definitivamente a imagem sónica desta banda! Mas ouvimos e gostamos de vários estilos musicais que de alguma forma penetram pelo nosso som criando uma identidade que é os L-Blues.

PR - Escolheram para título deste disco “Luz”. Qual foi o sentimento que justifica esta escolha?

L-Blues - O Yin e Yang. A luz só existe se houver escuridão e a escuridão só existe se houver luz! É como a dualidade do bem e do mal! Duas forças opostas que existe em todas as coisas! Ambos coexistem alimentando-se um do outro.

PR - Com os concertos a regressarem (ainda) timidamente, como é que a banda se está a preparar para aproximar as canções deste disco do público?

L-Blues - Devido à situação pandémica, a banda ainda não retomou os ensaios! Mas não esteve parada! Fizemos um concerto online e fomos preparando o lançamento do Luz e gravamos o vídeo do single “Ausência” que irá ser lançado este mês de Junho. Entretanto temos concertos marcados para Outubro, por isso iremos retomar os ensaios para preparar o regresso aos palcos e demonstrar este disco que é muito especial para nós.

PR - A indústria da música está a atravessar um tempo de muitas incertezas. Qual é a saída?

L-Blues - Eu penso que a saída deverá passar obrigatoriamente por um apoio generalizado à música portuguesa! Todas as entidades da indústria (rádios, agentes culturais, promotores, programadores, Câmaras Municipais, Estado Português e claro o público) fazem parte de um mecanismo onde todos são importantes. O público devia de exigir às rádios mais música portuguesa sem querer que isso signifique que passem os mesmos artistas portugueses vezes sem conta! Mais diversidade! Os programadores deviam de apostar nos artistas portugueses nas suas programações! As televisões e os restantes agentes de comunicação que receberam milhares de euros do estado português que agora desenvolvam programas e promovam a cultura para atingirem o grande público! Para assim o público comprar discos e ir aos concertos! E já agora, os grandes festivais de verão que tanto promoveram durante esta pandemia a riqueza que produziam para o PIB nacional têm a obrigação moral de colocar mais músicos e banda nacionais nos seus cartazes! Se a consciência moral de todos estes intervenientes não for o suficiente para isso acontecer então o Estado Português deveria implementar leis onde protegesse e promovesse os criadores portugueses e na área da educação também deveria haver um papel incentivador às artes e da sua importância na caracterização de um povo. Esta é a saída! A luz ao fundo do túnel.




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