23/09/2011

RITA BRAGA | Discurso Direto


Chega às lojas no próximo dia 26 de Setembro o primeiro longa duração de Rita Braga - “Cherries That Went To The Police”, "um batido de frutas a viajar no espaço-tempo". O Portugal Rebelde esteve à conversa com Rita Braga, que em "Discurso Direto" fala desta "aventura" partilhada com o ukulele.

Portugal Rebelde - Depois da edição dos EP´s “Valsa Sangrenta”, “Mee Me Tonight In Dreamland” e “Her Home Recording vol.3”, este é o disco que a Rita Braga sempre “sonhou” fazer?

Rita Braga - Diria que este é o disco que me fazia sentido agora. Os EP’s foram gravados com poucos meios... este album passou por um processo muito diferente e mais longo, ao qual fui juntando músicos convidados e fazendo várias escolhas. E a produção artística do Bernardo Devlin marcou o resultado final, há várias ideias no disco que partiram dele. Quis dar espaço a quem participou porque confio em quem convidei e também fui sendo surpreendida pela positiva com algumas direções que não esperava.

PR - Ao longo dos últimos anos, tem explorado um universo musical distinto que vai de Mozart a Bollywood, passando pelo folk sérvio, polaco e russo, canções de cowboys e jazz. É este o universo musical que podemos encontrar neste disco de estreia?

Rita Braga - Sim. Nem todos os temas que já toquei ao vivo entraram no disco, mas vai do folk da europa de leste e português (“A Lira”) a canções de cowboys ou jazz dos anos 20 e temas de filmes (Otto Preminguer e David Lynch).  

PR - ”Under The Moon” foi o single de apresentação deste disco. É este o tema que melhor define o espírito do álbum?

Rita Braga - Penso que é uma boa introdução ao disco apesar de ter temas muito diversos. É uma canção escrita em 1927, algures perdida no tempo mas ainda hoje soa como um “hit” instantaneo, e fui muito bem acompanhada pelo Nik Phelps e pelo Hernani Faustino no clarinte e contrabaixo. E o vídeo realizado pelo Paulo Abreu para esta música ajudou a escolhê-la para single.

PR - Numa frase apenas como caracterizaria este “Cherries That Went To The Police”?

 Rita Braga - É um batido de frutas a viajar no espaço-tempo.

PR - “Cherries That Went To The Police” conta com a participação especial de músicos reconhecidos nacional e internacional: Chris Carlone, Nik Phelps, Rui Dâmaso, Jef Hogan-Buffa e Bernardo Devlin ente outros. Quer falar-nos um pouco do contributo destes convidados para o resultado final deste disco?

Rita Braga - Gosto da música de todos os convidados e são todos diferentes e todos deram uma contribuição especial. O Bernardo Devlin produziu o disco, logo muito do trabalho no disco foi dele. O Chris Carlone é o meu parceiro musical de há alguns anos com quem me identifico muito a nível criativo, formámos aliás uma dupla chamada “Chips and Salsa” e ocasionalmente toco com a banda dele Borts Minorts. O Nik é o melhor músico que podia ter arranjado para o “Under The Moon” e o “You’re The Cream In My Coffee”, conhece muito bem a música popular americana dos anos 20 e qualquer tema que eu toque ele acompanha com imensa fluidez, aliás inspira-se nesse período para as bandas sonoras que compõe para cinema de animação. A Yvettte toca guitarra slide com uma sensibilidade muito própria, o Rui deu uma volta interessante à música grega com baixo electrico e pedal de efeitos, dado que não há acordes ele fez uma coisa quase percussiva... fiquei satisfeita com todas as prestações, do Hernani e do Jef e do Ignatz no contrabaixo também todos diferentes. 

Portugal Rebelde - O “ukulele”, continua a ser um instrumento fetiche para si?

Rita Braga - É o instrumento pelo qual me faço acompanhar mais, gosto muito da sonoridade e afeiçoei-me a ele. Para além de ser o mais prático que podia ter arranjado para viajar em tour. Mas também gosto de me fazer acompanhar por guitarra e teclados, ou mesmo só bases pré gravadas que uso às vezes nos concertos, o que fica é a voz.

PR - Para terminar, que expectativas tem à aceitação do público deste seu primeiro longa duração?

PR - Penso que tenho tido bom feedback das pessoas que já ouviram aqui e em tour (voltei há poucos dias de uma tour europeia em que apresentei o disco em França, Alemanha e Espanha). Acho que o tipo de música que faço é transversal a muitos géneros e audiências, é diferente de muita coisa que se faz mas ao mesmo tempo tem um lado “pop” no sentido intemporal, são boas canções que ficam no ouvido. Nunca se pode agradar a toda a gente, mas gostei de o fazer espero que haja pessoas a gostar de o ouvir.

Sem comentários:

/>