26/02/2017

BOCA DOCE | “O Bom, O Mau E O Bigode”


Desde 2009 que os Boca Doce navegam nas estradas de Portugal com o objectivo de dinamizar, numa vertente punk rock, temas clássicos da música portuguesa, revivendo desta forma os momentos marcantes que as obras tiveram nos seus tempos e projetando-as numa perspetiva intemporal e num contexto musical universal para as novas gerações.

Neste ano de 2017, a banda oriunda do oceânico concelho de Cascais, apresenta o seu segundo álbum de versões intitulado “O Bom, o Mau e o Bigode”, com o selo da editora Raging Planet, surgindo assim três anos depois como sucessor do “Rock´n´roll do Bigode”.

Se o primeiro registo foi uma amostra pioneira e reveladora das reais intenções do projecto e da qualidade do mesmo (composto por um quinteto com actuais e antigos membros de Aside; Fiona at Forty; Micky Eight, Primitive Reason; We Are The Damned, Peste&Sida e EasyWay), este novo trabalho vem reforçar ainda mais a criatividade e a originalidade da banda. Não é fácil juntar no mesmo disco temas como “E Depois do Adeus” ou “Venham Mais Cinco” com “A Bela Portuguesa” ou “Amor de Água Fresca”. 

No entanto, esta tripulação orientada pela voz de um velho lobo do mar de nome Capitão F. Solidão, consegue através de arranjos arrojados, aproximar registos tão distantes no tempo e nos seus propósitos, sem causar qualquer estranheza aos nossos ouvidos.

Podemos certamente apontar para um disco que tem por base principal divertir e relembrar temas que já cantámos inúmeras vezes. O que não pode passar despercebido é a intensidade rítmica das canções apresentadas, a vibrante e inteligente melodia da secção de cordas e a voz rasgada e forte, acompanhada por coros bem estudados e uma produção cativante.

“Chamar a Música” foi o tema escolhido como primeiro single deste trabalho que deverá, ao longo deste ano, ser acompanhado de outros potenciais hits como “Pó de Arroz”, “A Gente Vai Continar” ou até mesmo o “Desfado”. 

Este é um álbum completamente impróprio para cardíacos ou para quem se impaciente com ritmos demasiado rápidos. Mas foi este o caminho escolhido por esta banda que incluiu o punk rock nos seus planos de vida e aí, ame-se ou odeie-se, não há volta a dar...


Sem comentários:

/>