13/07/2018

BEATRIZ NUNES | Discurso Direto


"Canto Primeiro" é o álbum de estreia de originais da jovem cantora Beatriz Nunes, gravado com o apoio da Fundação GDA. É um disco que evidencia a sua experiência entre a formação clássica, o jazz e a música portuguesa, e também resultado do seu percurso com o grupo com quem toca desde 2012, formado pelos músicos Mário Franco (contrabaixista), Luís Barrigas (pianista) e Jorge Moniz (baterista). Canto Primeiro é um disco de canções portuguesas de carater contemplativo, entre a herança da música portuguesa, a música de cantautor e o jazz. Hoje em "Discurso Direto" é minha convidada Beatriz Nunes.

Portugal Rebelde - “Canto Primeiro” é um álbum ambicioso em que se afirma como compositora e produtora. Este disco é de alguma forma o resultado do seu já longo percurso musical?

Beatriz Nunes - "Canto Primeiro" é um disco de canções que vive do meu percurso entre a música erudita, o Jazz e a música portuguesa. Esse cruzamento de imaginários acaba por ser uma síntese daquilo que tenho feito, da minha colaboração com os Madredeus e outras participações no Jazz e no Clássico, situando-me num lugar próprio como autora.

PR - Além de muita música original, neste disco a revisitação de um tema de José Afonso (“Canção da Paciência”) e um arranjo para um tema tradicional alentejano (“Aurora tem um menino”). Quer falar-nos um pouco da escolha destes temas?

Beatriz Nunes - Tinha vontade que este disco reflectisse uma certa portugalidade. O próprio título pretende representar isso, uma referência a Camões e a um espírito de risco, procura e descoberta. Por esse motivo o disco é cantado em português. Inclui a Canção da Paciência do Zeca e o Aurora (um tema tradicional alentejano com um arranjo do Jorge Moniz) por serem para mim duas formas diferentes de raiz, são duas heranças musicais importantes para mim.

PR - Qual é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste disco?

Beatriz Nunes - Provavelmente "Andorinhas", o tema que abre o disco.



PR - Como é que recebeu a notícia que tinha selecionada por um júri ligado ao European Jazz Network, onde irá atuar no âmbito da conferência On the Edge no próximo mês de Setembro?

Beatriz Nunes - Recebi a noticia com um enorme entusiasmo e surpresa! As validações são importantes e vão-nos dando folgo e confiança para continuar.

PR - Numa frase como caracterizaria este "Canto Primeiro"?

Beatriz Nunes - "Canto Primeiro" é um disco de Jazz português de canções contemplativas, onde se procura uma sonoridade limpa, cristalina e crua.

PR - Para terminar, está feliz com o resultado final deste disco de estreia?

Beatriz Nunes - Estou muito feliz! Vou-me apercebendo sempre com espanto quando as minhas canções fazem eco nos outros, pois o processo de escrita é tão pessoal. Tem sido um processo muito rico de descoberta artística e pessoal, de amadurecimento.


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