09/07/2020

MANCINES | Discurso Direto

                                                                                                                                                              Foto:Bruno Pires

Os irrequietos talentos de Raquel Ralha (Wraygunn, Belle Chase Hotel, Azembla’s Quartet, The Twist Connection) e Toni Fortuna (d3ö, Tédio Boys, M’as Foice) continuam a ser dos que fazem de Coimbra um dos solos musicais mais fertéis. Quando a eles se juntam Pedro Renato (Belle Chase Hotel, Azembla’s Quartet) e Gonçalo Rui (produtor musical e guitarrista), a proposta não é mais que uma viagem cinemática sedutora a que dão o nome de Mancines (ler à italiana). Hoje em "Discurso Direto" apresentam o seu mais recente trabalho, "II", um “um disco gordo que tenta reabilitar a pop, que tem andado muito pobre e magrinha!". A banda atua amanhã nas Festas da cidade de Coimbra, com um concerto agendado para os Claustros do Convento de São Francisco, às 18.30h.

Portugal Rebelde - “II” apresenta uns Mancines sem medo de explorar novas sonoridades?

Mancines - Sim. Embora não creia que os Mancines, bem como qualquer um dos outros projectos que tenho abraçado, tenham receado alguma vez arriscar. Estávamos apenas mais concentrados noutro tipo de ambiências no primeiro álbum (Eden’s Inferno).

PR - "Is This a Go?" é o single que dá a conhecer este novo disco. Este é o tema que melhor caracteriza o “espírito” deste álbum?

Mancines - Não sei se será o tema que melhor caracteriza o disco. É um tema que anuncia uma sonoridade diferente para quem já conhecia o trabalho de Mancines mas que ainda não ouviu este novo disco.

PR - “O Poço” marca a estreia da banda a arriscar a língua portuguesa. Como é que se sentiram nesta “pele”?

Mancines - Curiosamente pensei que seria mais estranho ouvir o português na música de Mancines. Mas de qualquer forma, acho que soubemos gerir recursos e jogar um pouco à defesa nesse sentido, uma vez que um dos temas é a versão do “Fado” dos Heróis do Mar, e o outro (“O Poço”) é uma colaboração com o Samuel Úria, que tivemos a sorte de convencer a aceitar o desafio.

PR - Neste disco, revisitam “Fado”, tema dos Heróis do Mar. Há alguma razão em particular para recuperarem esta canção?

Mancines - A escolha desta canção para revisitar, veio exactamente na sequência da nossa vontade de experimentar a língua portuguesa na voz da Raquel Ralha e do Toni Fortuna. Uma vez que estávamos a hastear a bandeira portuguesa, que melhor forma de o fazer do que uma versão duma canção chamada “Fado”? É uma música pela qual sempre tive um enorme carinho, ainda que não seja o maior fã de Heróis do Mar.

PR - Como é que pensam aproximar as canções deste disco do público?

Mancines - De todas as formas que nos for possível! A ideia como sempre é tocar o máximo ao vivo, tentar distribuir o disco da melhor forma possível hoje em dia, fazer chegar a promoção do disco ao maior número de canais e, sobretudo, tentar ter uma presença mais forte nas redes sociais, o que tem sido o ‘calcanhar d’Aquiles’ da banda até agora.

PR - Numa frase apenas como caracterizariam este “II”?

Mancines - Para mim o “II” é um disco gordo que tenta reabilitar a pop, que tem andado muito pobre e magrinha!


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