06/11/2020

GONÇALO PRATAS | Discurso Direto


O projeto Galo Gordo, da escritora Inês Pupo e do músico Gonçalo Pratas, celebra 10 anos e tem novo livro/CD. Para assinalar a data os seus autores editam o quarto livro e CD “É uma festa” que terá lançamento oficial em concerto amanha, dia 7 de Novembro no Teatro Maria Matos, em Lisboa. O espetáculo “Galo Gordo 10 anos” que apresentam no Maria Matos é uma oportunidade única para juntar amigos à volta de novas e velhas canções deste projeto único. Para ajudar à Festa os autores convidaram vários amigos músicos que os acompanham desde 2009. O Galo Gordo é um dos mais consistentes projetos artísticos para a infância em Portugal e é referenciado pelo Plano Nacional de Leitura e pela Casa da Leitura da Fundação Gulbenkian. Gonçalo Pratas é hoje meu convidado em "Discurso Direto".
 

Portugal Rebelde - “Galo Gordo é uma Festa!” é este o título do vosso 4 livro/CD. O que é que podemos descobrir neste novo trabalho?
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Gonçalo Pratas - Este novo livro CD “É uma festa”, um livro ilustrado com poemas e canções, é para nós o culminar de mais de dez anos de criação artística para a infância. Trata-se de uma obra criada a 6 mãos: a Inês Pupo nos poemas, a Cristina Sampaio nas ilustrações, o Gonçalo Pratas na música, com a contribuição preciosa de vários músicos que tentam elevar a experiência da criação para a infância a outro nível, colocando sempre a inteligência das crianças e dos educadores em primeiro lugar. É de salientar também o trabalho do João Fragoso na direcção musical e arranjos, do Kent Queener no acordeão, do Guilherme Melo nas baterias, entre outros que colocaram o seu talento ao serviço destas canções. São 10 canções feitas para as crianças ouvirem com os adultos, que falam da importância de estamos juntos para celebrar a vida e de darmos atenção à beleza do mundo que nos rodeia.  ​

PR - O disco conta com a participação de Vitorino, Filipe Raposo e Diogo Duque. O que é que estes convidados trouxeram de novo para a “Festa”? 

Gonçalo Pratas - O Vitorino é para nós uma referência maior da canção portuguesa e um dos grandes melodistas do nosso tempo. Na sua obra há várias incursões pelo universo da infância. Poder tê-lo neste disco a celebrar 10 anos deste projeto é uma grande honra e alegria. O Filipe Raposo é um grande e velho amigo, um parceiro que está neste projeto desde o princípio, tal como o António Quintino e o Marcos Alves; temos um sentimento de gratidão para com o Filipe, que é um grande músico. Entregar-lhe canções para interpretar é ter a possibilidade de as ver atingir patamares de grande elevação e excelência. O Diogo Duque é um dos mais brilhantes músicos da sua geração, é uma mente totalmente livre que quando colabora na gravação dos nossos discos entrega um carácter universal à nossa música e isso faz com que as crianças tenham acesso a uma experiência musical única e de grande rasgo.  ​

​PR - Escrever e cantar para um público mais jovem tem sido um desafio constante ao longo destes 4 volumes? 

Gonçalo Pratas - Sim, temos tido o privilégio de poder partilhar as nossas canções com muitas gerações de crianças e isso também nos ajuda a crescer. É sempre bom relembrar que as crianças que ouviram o nosso primeiro livro “Poemas e canções para todo ano” lançado em 2009/2010 são agora jovens universitários, o que nos causa muita satisfação porque temos testemunhos que nos mostram que o Galo Gordo é um projeto de música para a infância que continua a dar bons frutos. As crianças têm uma linguagem própria que tem que ser entendida pelos artistas que criam para elas; para isso é preciso co-habitar nos lugares físicos e imaginários das crianças, sendo que elas também estão em permanente mutação, por isso é preciso estar alerta. Pensamos que esse é o maior desafio.  ​

PR - Amanhã há “Festa” no teatro Maria Matos, em Lisboa. O que é que o público pode esperar deste concerto? 

Gonçalo Pratas - Vai ser um concerto de celebração, embora em condições especiais por causa dos tempos que vivemos, sendo que o Teatro Maria Matos cumpre todas as regras de segurança. É habitual convidarmos a crianças a virem ao palco no final dos espetáculos e isso desta vez não vai ser possível. Mas vai ser sem dúvida uma festa e um momento de partilha com vários amigos convidados para celebrar canções novas e antigas. Gostávamos muito que viessem em família a esta grande celebração da música e da literatura para a infância. 

PR - Que memórias guardam destes 10 anos de canções? 

Gonçalo Pratas - São muitas memórias e muito boas. É importante referir que temos 4 livros publicados, com 52 canções que acabaram de ser reeditados pela nossa nova casa editorial, a Livros Horizonte, e não há melhor maneira de celebrar do que saber que os livros estão todos disponíveis no mercado para as próximas gerações de crianças. Com o Galo Gordo temos tido a possibilidade de viajar por Portugal e pelo mundo, levando estas canções a várias salas e escolas do nosso país, à Austrália e à Índia, e isso é um privilégio enorme. Por isso agradecemos ao público e aos artistas que colaboraram connosco no decorrer destes 10 anos. Ficamos à espera dos próximos 10!

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