Hoje em "Discurso Direto", destaque para o disco de estreia dos bracarenses Long Way To Alaska - "Eastriver". Gil Oliveira é o nosso convidado que nos fala de um disco tipo "punk de baloiço".
Portugal Rebelde - Após a edição do EP “Melodies to Greet Sunrise and Feed Sunset”, em
2009, “Eastriver” é o disco que sempre
“sonharam” editar?
Gil Oliveira - Ainda
não é o disco que “sonhamos” editar por outro lado não deixa de ter um carinho
especial por ser o primeiro álbum da banda, e nosso enquanto músicos. O
Eastriver é como que um apanhado daquilo que fomos fazendo ao longo do primeiro
ano de existência. Ainda não será de todo o trabalho mais maduro e integro da
banda, é o primeiro disco como todos os primeiros discos.
PR - Há quem afirme que o
cartão-de-visita de “Eastriver“
reside nas guitarras, acústicas e eléctricas, tranquilizantes e frenéticas,
como quem passeia pela rua pisando ora o mármore preto, ora o branco.
Concordas?
Gil Oliveira - Sim, tendo em
conta que não há baterista e apenas guitarristas na banda, eheh. O disco em si
vive muito dessa ambivalência entre as músicas, ora temas mais frenéticos e
alegres, ora temas mais calmos e tranquilizantes, sem dúvida.
PR - Quais são as grandes
referências musicais, que transportam para este disco?
Gil Oliveira - Se calhar para o
EP “Melodies to Greet Sunrise and Feed Sunset” transportámos algumas
referências com mais necessidade do que propriamente para o “Eastriver”. A
princípio poderia haver uma maior preocupação em existir referências comuns
entre os quatro elementos para a banda em específico, neste momento é
completamente indiferente, cada um ouve o que ouve. O que importa é o resultado
das influências que cada um terá pessoalmente, e o estilo ou estética dos temas
da banda resultam dessa mesma junção nos ensaios. E com o passar do tempo,
depois de muitos ensaios, percebemos que os nossos futuros trabalhos vão
depender muito da mistura das “ondas/vagas” de cada um, por isso o resultado
vai ser sempre diferente, dentro dos seus limites obviamente. O próximo disco
não vai soar a doom de certeza, ahah.
PR - “Eastriver”, foi apontado
por alguma crítica como um dos melhores discos de 2010. Estava nos vossos
planos, este disco ser tão bem aceite pela crítica e pelo público?
Gil Oliveira - Nada, não
estávamos a contar de todo com essas críticas tão positivas, até porque o disco
saiu quase no final do ano e ainda assim houve espaço para fazer parte dos tops
do ano de alguns sites e revistas. Isso deixou-nos ainda mais felizes e seguros
de que estamos bem encaminhados como é óbvio.
PR - Numa frase apenas - ou
duas - como caracterizarias este "Eastriver"?
Gil Oliveira - Parafraseando
Jaime Manso: “É tipo punk de baloiço.”
PR - Este disco é a prova de
que é fácil viajar daqui até ao Alaska à distância de um par de colunas à nossa
frente?
Gil Oliveira - Mais ou menos,
ainda não tocamos world music para
retratar fielmente como seria a viagem, mas em sonhos bem que pode dar uma
interessante banda sonora.
PR - Para terminar, por onde
passa o futuro próximo dos Long Way To Alaska?
Gil Oliveira - O futuro é muito
incerto, mas possivelmente dar uns gigs
fora de Portugal e talvez em 2012 lançar mais um novo par de temas, isto com
algumas surpresas pelo meio...